terça-feira, 21 de janeiro de 2014

O tédio continua...

... e com nota desagradável.

Pedalei quase 3 meses por São Paulo, no total de 1600 km. Nunca mexeram na bike.

Já em Brasília, na segunda vez que fui a um supermercado - Pão de Açúcar, do Guará - me levaram a sinalização traseira da Áquila...


Não vejo a hora de voltar...

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Não é só ciclista que sofre de abandono...

Moradores vizinhos da linha que liga Luziânia ao DF sonham com o transporteHoje, a população do local recorre a ônibus velhos e veículos piratas. Vagões transportam apenas carga, mas consórcio fará estudo de viabilidade para levar passageiros

Publicação: 16/01/2014 06:01 Atualização:


Moradores locais passam próximo aos trilhos do trem no Jardim Ingá - GO (Iano Andrade/CB/D.A Press)
Moradores locais passam próximo aos trilhos do trem no Jardim Ingá - GO

Enquanto aguarda, por cerca de uma hora, o ônibus para Brasília, a empregada doméstica Elizângela Zacarias dos Santos, 36 anos, conversa com outros moradores de Luziânia (GO) sobre a ativação do trem de passageiros. A solução para o transporte público entre o Entorno Sul do DF e a capital está a menos de 100 metros, materializada em uma linha ferroviária que, há 22 anos, transporta apenas carga. O assunto é recorrente entre os habitantes da região, desde que a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) assinou contrato com as empresas vencedoras do consórcio que farão os estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental para a criação do sistema. O acordo ocorreu em 19 de dezembro.

Apesar de tão palpável — placas de sinalização estão espalhadas no cruzamento e o som da locomotiva é ouvido de longe —, o sonho de chegar ao local de trabalho em 50 minutos parece distante para aqueles que seriam os maiores beneficiados com a medida. “Moro aqui há 20 anos e já ouvi falar várias vezes desse projeto. Na verdade, praticamente não moro aqui, só durmo, porque saio às 5h e tem dia que perco três horas para voltar da Asa Norte, aí só chego às 20h”, relata Elizângela.

No Jardim Ipê, é difícil encontrar quem saiba os benefícios do transporte ferroviário. Boa parte dos moradores só conhece o abandono das estações. As promessas de mudança vieram acompanhadas da falta de iniciativa e, à população, só restou a descrença. “Desde que viemos para cá, em 2003, escutamos falarem disso. Ultimamente, têm comentado mais, o difícil é acontecer. Nunca vi movimentação nenhuma”, ressalta a auxiliar de limpeza Jovena Silva, 42 anos. “Eu não acredito. Pode até vir, mas vai demorar. Nem sei como seria, nunca andei de trem, só de metrô”, opina a vizinha Lucia Silva.

Enquanto aguardam o resultado do estudo de viabilidade, previsto para ficar pronto em 10 meses, Elizângela, Jovena e Lucia ficam reféns do transporte pirata e de ônibus lotados e velhos. O serviço não é barato, uma passagem chega a custar R$ 4,45. Segundo a Sudeco, o trem beneficiará cerca de 600 mil pessoas. Quatro vagões, com capacidade para 900 passageiros cada um, farão o trajeto várias vezes ao dia. Não há previsão de início das obras ou do preço do bilhete.



Em funcionamento
Existem 60km de ferrovia, que o governo federal pretende estender até o centro de Luziânia. Hoje, a última estação fica afastada, em meio a fazendas particulares do município goiano e ao lado da BR-040. É comum a circulação de pessoas, animais, motos e carros nos trilhos. Entre o Núcleo Bandeirante e o Park Way, e no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), o cruzamento de movimentadas vias com a linha expõe o perigo.

Matéria do Correio Braziliense, de 16/01/2014.

Se essa linha realmente for ativada, pelo menos neste anos, já dá pra ter uma esperança - cada vez mais distante - de se melhorar o transporte de passageiros neste País, quem sabe chegando a realização dos vários projetos de "políticas de nacionais de mobilidade urbana" que se tem notícia a toda hora.

E que se estenda à integração da bicicleta como meio de transporte urbano.


segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Replicando informação - II

Conceito de Cicloturismo

Minha concepção de cicloturismo está profundamente
ligada com minha experiência de vida e uma viagem de 3 anos
e meio com bicicleta onde percorri 46.620 km em
34 países de 4 continentes.

 Por Revista Bicicleta

Conceito de Cicloturismo
Foto: Antônio Olinto
Cicloturismo nada mais é que fazer turismo utilizando como veículo a bicicleta, ou seja, viajar de bicicleta.
Pode-se dizer que a característica básica é percorrer longas distâncias com a bicicleta, já que para pequenas distâncias seria chamado passeio ciclístico.
A marca registrada do cicloturista é a carga na bicicleta. Se desejar percorrer locais bem desenvolvidos turisticamente e pretender hospedar-se em hotéis ou pousadas, o volume a ser carregado será pequeno. Se desejar estar auto-suficiente para percorrer áreas selvagens ou desoladas o volume é bem maior, utilizando inclusive bagageiros especiais na roda da frente e no guidão. Entretanto, a característica primordial do cicloturismo é a mudança da concepção do exercício físico, ou seja, o cicloturista não está procurando recordes ou grandes velocidades, ele está procurando desafio, recreação e conhecimento.
Esta forma despreocupada de se exercitar é que fez com que um advogado barrigudo, como eu, adquirisse forma física boa o bastante para fazer uma volta ao mundo de bicicleta. Comprei uma bicicleta para perder a barriga e pedalava uma hora por dia (10 km). Nos finais de semana, fazia pequenas viagens pelas cidades vizinhas a Curitiba (onde morava). A bicicleta transformava uma viagem a um rumo já bastante conhecido em uma pequena aventura e, consequentemente, ao sentimento de vitória em concluir com êxito o percurso. Isto preenchia meus finais de semana e me animava a treinar mais e mais no meio de semana, pois eu tinha um objetivo para meu treinamento.
O cicloturismo enquanto forma de viajar é fascinante, pois a bicicleta tem uma "magia especial" que atrai as pessoas. Diferente de qualquer outro veículo. Quando chegava às localidades com minha bicicleta carregada, eu atraía a atenção das pessoas que vinham conversar comigo para saber mais sobre o que estava fazendo (mesmo debaixo da Torre Eifel, 5 parisienses vieram falar comigo). Nesta hora, a bicicleta realiza um papel marcante, pois força o relacionamento com as pessoas do local. Sendo assim, o viajante tem a oportunidade de conhecer mais sobre o país e as pessoas que está visitando, e entender que cada lugar representa um pequeno universo. 
O cicloturismo será considerado um esporte radical todas as vezes em que o trajeto escolhido passar por regiões desoladas ou de alto risco. Mais uma vez, o cicloturismo se sobressai entre os esportes de aventura, pois além de desenvolver no homem a coragem, ele provoca uma introspecção muito grande (a cadência do pedalar é como um mantra sendo repetido de forma constante e rítmica).
Quando atravessamos uma planície logo estamos em meditação. A introspecção provocada pelas travessias de áreas desoladas leva o aventureiro a um conhecimento que está muito além de novas línguas, costumes e povos. Leva o homem a uma viagem interna de autoconhecimento. Mais que os desafios do mundo, o cicloturista enfrenta a si mesmo. Para mim o homem é sua última fronteira.

Texto de Antonio Olinto, na Revista Bicicleta, 15/10/2012

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Replicando informação - I

Ciclovias reduzem congestionamentos em NY, aponta estudo

03 de Janeiro de 2014 • Atualizado às 14h31  



Velocidade média dos automóveis em Manhattan cresceu quase 7% após implantação de vias para bikes. 

Um estudo recentemente apresentado pelo Departamento de Transportes de Nova Iorque revela que as ciclovias da metrópole norte-americana ajudam a reduzir os congestionamentos e a aumentar a velocidade dos carros nas vias mais movimentadas. Reunindo uma série de registros sobre o trânsito na cidade, a pesquisa mostra que, após a implantação das faixas exclusivas para ciclistas, a velocidade média dos automóveis que circulam por Manhattan cresceu quase 7%.

De acordo com o estudo, a criação das ciclovias desde 2008 foi um dos principais fatores para os motoristas nova-iorquinos andarem mais rápido no trânsito de Nova Iorque. Isso porque, com a estrutura de mobilidade urbana pensada para os ciclistas, mais pessoas optaram por deixarem seus carros na garagem – não apenas pela preocupação com o meio ambiente, mas também pelos gastos trazidos pelos automóveis.

Embora as políticas de incentivo às bicicletas assumam fundamental importância para a diminuição do uso de carros, os pesquisadores atribuem o alívio do trânsito às soluções de mobilidade urbana que acompanham as ciclovias. O especialista em trânsito Christopher McBridge reforça que, nos últimos anos, houve melhorias na sinalização do tráfego de Nova Iorque. Assim, o sistema de sinais mais eficiente ajuda a inibir os congestionamentos, mesmo com um alto número de veículos circulando pela cidade.

O estudo demonstra que, mesmo com mais deslocamentos de bicicleta, as vendas de carro aumentaram ligeiramente na metrópole, nos últimos anos: em 2008, mais de 756 mil automóveis foram vendidos em Manhattan, e, em 2011, o número chegou a 764 mil. Além disso, durante o período, o sistema de transporte público da metrópole enfrentou cortes e aumento de passagens, prejudicando a mobilidade na cidade.

O vice-comissário do Departamento de Tráfego e Planejamento, Bruce Schaller, destacou que a criação das ciclovias em Manhattan não incomodou os motoristas porque as bicicletas já circulavam por estas áreas das pistas por muito tempo, mesmo sem a demarcação da faixa exclusiva, medida que aumenta a segurança dos ciclistas.

De acordo com o site eCycle, o estudo também analisou os períodos do ano em que o tráfego é mais intenso em Nova Iorque. Por um lado, foi constatado que os primeiros três meses e agosto apresentaram o menor índice de congestionamento. Por outro lado, os carros circulam com menores velocidades em maio, junho, julho e dezembro.

Redação CicloVivo -


Aqui no Brasil estamos começando a nos movimentar no sentido de se utilizar mais a bicicleta no dia a dia, incorporá-la como mais um elemento no universo de locomoção urbana. 

Minha viagem por São Paulo se originou de uma questão pessoal, uma busca de sentido para a vida lamentável que levava, disso não faço segredo a ninguém. desde 2012, em Formosa, deixei de usar carro e só me deslocava de bicicleta pela cidade, mas sem essa consciência da amplitude do gesto. Só a partir de 2013 que tomei conhecimento desse movimento que se iniciou há pouco tempo no Brasil, ainda que limitado, na prática, a São Paulo, Rio e os outros estados do Sul, mais timidamente.

Entretanto, a satisfação que senti e que me envolveu (e se mantém até hoje) no pedalar, me levou a me decidir a usar de ora em diante, somente bicicleta - exceto em uma ou outra ocasião em que um automóvel será indispensável. E aí também foi que percebi interiormente o sentido do movimento de inclusão ciclista na mobilidade urbana.

Estamos apenas no início do movimento, mas acredito que resultados práticos não demorarão muito a surgir e a serem implantados, a princípio forçosamente, mas num prazo maior, de forma consciente por parte de autoridades administradoras públicas do País.

Que venham logo essas modificações na paisagem urbana. 

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Recesso... preferia estar na estrada

Em virtude do período chuvoso no Estado de São Paulo (no Brasil todo, na verdade), preferi vir para Brasília e esperar os próximos 2 a 3 meses me preparando para uma nova etapa do SP em 2 Rodas.

O que aprendi nesses 3 meses e 1.600 km de pedal?

Primeiro, que o planejamento foi muito mal feito, principalmente na questão financeira; os proventos disponíveis se mostraram insuficientes logo no primeiro mês. Assim, estou já providenciando outras formas de conseguir recursos para não repetir o que se passou: alto estresse e ansiedade para manter-me dentro dos limites, que na verdade se revelou impossível, entrei no vermelho e precisei recorrer mais ainda a família para cobrir esse rombo.

Segundo: excesso de peso. Já em Guará (dia 12 de setembro) me dei conta disso; fiz um pacote com o que julguei desnecessário e postei para casa. Melhorou, mas não foi o suficiente, continuei com excesso de carga - e esforço desnecessário por muito tempo ainda. As altas temperaturas no início, quando se passava dos 40 graus facilmente enquanto na estrada, devido ao calor do asfalto, imprimiram uma velocidade muito baixa na pedalada. Não passava da média de 11 km/h.

Terceiro: no trajeto para casa, no ônibus entre São Paulo e Brasília, me dei conta de que nada mudara com relação a minha interação com as pessoas: continuo bastante arredio e antissocial. Melhorou um pouco, mas bem abaixo do que esperava e desejava. E isso se deve apenas a minha pessoa: em todos os lugares que passei as pessoas se mostraram receptivas, calorosas comigo; eu é que não me soltava e mantinha minhas defesas em alta, desnecessariamente.

Quarto: que adoro pedalar. Arrisco a dizer que de ora em diante a bicicleta se torna meu veículo para 80% ou mais de meus deslocamentos. Sim, nessa viagem aprendi a esquecer a pressa: especialmente conhecendo novos lugares, a baixa velocidade te propicia aproveitar mais da viagem, dos lugares, das paisagens e mesmo te permite reflexão permanente.

Questão final: ao contrário dos últimos 15-20 anos, agora tenho planos! Redescobri uma força interior que me afasta da inação e acomodação. Pedalar grandes distâncias mostrou-me também que isso pode se reverter em negócios para mim, os mais diversos. Várias ideias surgiram e estou estudando o melhor jeito de pô-las em prática. Certamente essa foi A GRANDE DESCOBERTA da viagem.


Fotos prediletas da viagem

Seguem aqui minhas fotos prediletas da jornada. Cada uma com um significado aliado ao visual que proporciona, cada uma com uma historinha própria a ser contada.

PRÉ-VIAGEM: Esta foto serviu para o logotipo do projeto. Foi feita na DF-100, próximo a Formosa-GO, quando eu treinava.

BRASÍLIA - Despedida na Rodoviária.

Márcio e Juliana. Perdi a foto com o Sérgio...
UBERABA - ainda na rodoviária montando a bicicleta e no primeiro trecho de estrada.

No início, em solo mineiro ainda, parei para uma tomada de consciência, pois até então tudo se limitava a planos. Olhei em frente, apreciei o movimento intenso de caminhões - principalmente, e confesso ter sentido uma angústia e receio: "Será que vou mesmo? Não é melhor desistir e voltar pro meu cantinho acomodado, como um cãozinho de coleira?" Sim, tive esse pensamento. Naquele momento senti realmente o significado do trecho final da frase-mantra: "...e segue uma lei misteriosa que lhe ordena destruir-se a si mesmo ou superar-se". Felizmente a coragem e a decisão de superação falou mais alto.


Pena que perdi o primeiro cartão de memória com as fotos iniciais, em que registrei a divisa MG-SP, de grande valor sentimental para mim...

IGARAPAVA: a primeira cidade no estado.

GUARÁ: pela homonímia com o Guará aqui do DF, onde vivo há mais de 40 anos, Guará tem significado carinhoso para mim. Quase sempre em minhas viagens de carro dava uma parada por lá. Agora, de bicicleta, parei com bem mais tempo para conhecer essa pequena cidade.

ITUVERAVA: aqui fiz meu cadastro no Acessa São Paulo. Tinha tentado em Igarapava, mas estava fechado no dia que passei por lá. Por todo o restante da viagem me amparei nesse Sistema. Procurei conhecer cada posto nas cidades visitadas, o que nem sempre consegui, por questão de horários, pois geralmente eles funcionam até as 17 h e eu raramente chegava a tempo.

Os monitores do Acessa São Paulo que conheci tornaram-se amigos, sem exceção, o que me criou uma relação de carinho e um referencial pra toda a vida.

RIBEIRÃO PRETO: onde passei 3 anos de minha infância; guardo recordações diversas, pontuais. Dentre elas, a da Biblioteca Municipal, onde passava horas diariamente devorando livros, especialmente Monteiro Lobato e Júlio Verne. Foi especialmente emocionante reencontrar-me aqui.

MATÃO - O que se destacou ali foi a simplicidade e carisma do vice-prefeito, o Moio, que me recebeu como se eu fosse um velho conhecido...

BARRA BONITA - Sempre me encanto com essa cidade...

TATUÍ - Estava curioso em conhecer devido à sua Orquestra Sinfônica. Não esperava uma cidade tão aconchegante. Conhecendo a história da cidade, me inteirei da Rota dos Muares, um novo destino em minhas pedaladas futuramente, quando completar a Rosa dos Ventos...


PARQUE ESTADUAL CARLOS BOTELHO - Entre São Miguel Arcanjo e Sete Barras. Foi meu batismo em estradas de terra. Exorcizei um fantasma na ocasião.


ILHA COMPRIDA - Sonhava com este lugar, imaginava-me vivendo lá futuramente... mas me desiludi passando 11 dias no local. Sem explicações...

TAUBATÉ - A alegria sem preço de rever amigos que há muito tempo se mudaram de Formosa para lá.

APARECIDA - Sempre que vou a São Paulo faço questão de visitar essa cidade transcendental. E não seria diferente estando de bicicleta.

RODOVIA DOS TROPEIROS - Simplesmente fantástico, para mim. Faz parte da Estrada Real, que remonta o século 17. As 5 cidades nesses 110 km são maravilhosas, únicas. Voltarei lá mais e mais vezes, tornou-se referência para mim.


Pedal em Brasília - que venha 2014

Ontem participei com meus filhos e amigos de uma pedalada pelo Lago Sul, saindo do Parque da Cidade. Trata-se de um roteiro promovido pelo Pedal Noturno DF, que promove passeios ciclísticos pela cidade, tanto para veteranos como para principiantes na arte.

Como eu nunca havia participado de pedal em grupo, me senti um estranho no ninho, principalmente pelo meu ritmo lento em relação a eles, mas a acolhida dos demais participantes foi bem calorosa e simpática, deixando-me à vontade para cansar e pedir tempo, hehe...

Fotos:
O início: Parque da Cidade, estacionamento do Gibão...


Barragem do Paranoá




Fugindo da chuva


Na Ermida Dom Bosco (lago): pausa para refrescar..
Assim foi o último dia de 2013. Paz, saúde, prosperidade e muitas pedaladas para o novo ano.